* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Junho/2017.
“Todo garoto que sai de Harvard, todos os garotos
que saem da escola agora pensam que podem ser
o próximo Mark Zuckerberg, e com essas novas
tecnologias como a computação em nuvem,
e eles realmente têm isso a um triz.”
– Marc Andreessen, co-fundador da Netscape, Membro do Conselho de Administração do Facebook
Recentemente ataques a computadores e servidores fizeram com que muitas empresas e pessoas comuns ficassem reféns de sequestradores de dados. Parece um conto do Isaac Asimov, mas não, é realidade e não tenho uma boa notícia para você: isso se tornará mais comum do que possamos imaginar.
Em dezembro de 2016, o ministro de defesa francês Jean-Yves Le Drian revelou uma nova ramificação das Forças Armadas francesas batizada de “Quarto Exército”, a qual atuará em conjunto com a Força Aérea, Marinha e Exército. No entanto, o domínio de responsabilidade do Quarto Exército será o espaço cibernético, palco que vem sendo utilizado com crescente frequência por atores estatais e não estatais.
O Exército Cibernético francês consiste em 3.200 soldados, mais 4.400 reservistas. Um avanço significativo comparado a 6 anos atrás, quando a defesa cibernética da França era realizada por apenas 100 soldados. O investimento inicial será de 1 bilhão de euros até 2019, uma vantagem considerável em relação aos sistemas de armas, exércitos e treinamento das Forças Armadas tradicionais, que são muito mais caras de se obter e manter.
Cloud Computing
O termo vem sendo utilizado para designar o processamento de dados em servidores remotos e em rede. Tecnicamente é o máximo uso da Internet e seus recursos. Significa que você compra um software para controlar sua empresa que tem o desenvolvedor em Santa Catarina, suas operações são em Minas Gerais, mas os dados são processados e armazenados em qualquer lugar do mundo.
As aplicações mais simples já usamos bastante. Fotos, dados compartilhados, agenda de contatos e outras informações do nosso smartphone podem ser encontradas e sincronizadas automaticamente em computadores e tablets. O compartilhamento de arquivos, backup e uso compartilhado seria outra aplicação cotidiana. Isso mostra a capacidade em termos as informações em mais de um dispositivo, ao mesmo tempo.
O controle da empresa também se encontra na palma da mão. Os principais aplicativos para gerenciamento empresarial já têm suas versões online em celulares e tablets. O pedido de bebidas para o bar é processado online, toda uma rede logística se inicia e favorece a otimização dos recursos da empresa. Economia e rapidez, tudo o que o empresário queria.
Ameaças reais
Mesmo com todas essas facilidades algumas empresas ainda evitam em ter seus dados flutuando para aqui e acolá. Empresas do Governo são as mais preocupadas. Imagina a quantidade de informações estratégicas para o País poderiam ficar à mercê de pessoas ou países mal-intencionados. O privilégio de determinada informação poderia colocar em cheque toda a nossa Economia.
O sequestro de informações, as espionagens no ciberespaço e a fragilidade de alguns sistemas ainda geram ameaças reais e imediatas. Os servidores precisam atualizar suas defesas o tempo todo e estarem preparados para pesados ataques. Existem eventos do pessoal de TI só para testar sistemas e suas fragilidades. Os que mais têm crescidos no Brasil se chamam Hacklaton, um dia inteiro de estudantes tentando burlar poderosos sistemas. Hackers para o bem.
Confiar desconfiando
Não tem volta, manter pesadas e caras estruturas de informática na empresa já é passado para muitas organizações. É bom manter uma equipe preparada para fazer o trabalho certo. Backups e redundância de canais de comunicação são algumas formas de prever problemas futuros.
A Legislação Brasileira ainda não tem toda a regulamentação para o que ocorre na Internet. Por isso é bom tomar cuidado ao contratar serviços. Como dito, os seus dados podem se encontrar em um País que de repente sofre uma pane mundial, a mais de 10 mil km de distância e o seu negócio poderá ficar off line.