A pressão do desenvolvimento dos projetos, provocada pelo cliente que cobram prazos curtos, escopos complexos e orçamentos enxutos (e apertados), tem causado falhas no momento de custear o empreendimento, seja no que se refere ao levantamento dos prazos adequados, ao escopo exequível, como também sobre os custos que irão compor o orçamento – que deve ser o mais real e seguro, tanto para contratante como para a contratada, afinal, ambos estão no mesmo barco.
Estimar os custos e garantir o cumprimento do orçamento não tem sido uma tarefa fácil, principalmente no ambiente de projetos encontrado atualmente: são empreendimentos muitas vezes pioneiros no país, que exigem profissionais especializados e fornecedores escassos. Um exemplo? Quantos fabricantes de vagões há no Brasil atualmente? Quantas companhias têm know how para engenharia portuária? Quais empresas fazem recuperação de estruturas de concreto de estádios?
É nesse cenário que se destaca a relevância da atuação do profissional de custos e orçamentos, que trabalha nas empresas e projetos de Engenharia sempre buscando otimizar os recursos disponíveis e prima pelo uso racional da disponibilidade de materiais, serviços, pessoas e equipamentos.
Para tal fim, o profissional se utiliza de técnicas e ferramentas necessárias para assegurar maior assertividade nas informações iniciais e o correto monitoramento e tomada de decisões para manter a linha de base de custos inicial. Isso é feito, inicialmente, por meio da compreensão dos processos de Gerenciamento de Projetos – segundo as melhores práticas do PMBOK – do entendimento de como deve ser feita a gestão integrada de Escopo, Prazo e Custos dos projetos, além de propor um sistema de indicadores de desempenho de projetos que esteja alinhado ao Planejamento e Controle de Custos e orçamento dos projetos.
Outras de suas atribuições são compreender como se dá a formação e a estimativa de custos e orçamentos nos projetos, promover a análise do Valor Agregado nos projetos, identificar os impactos e a importância da gestão de riscos sobre a gestão de custos e orçamentos de projetos, estabelecer estratégias de redução de custos em projetos, realizar análises sobre os custos dos fornecedores de bens e/ou serviços em processos de contratações e aquisições, identificar como deve ser feito o gerenciamento do relacionamento com os fornecedores/subcontratados em termos de Custos e Orçamento, gerenciar e acompanhar fornecedores, administrando conflitos com os mesmos, gerenciando seus pleitos e eventuais aditivos contratuais.
Visando a melhor implementação do modelo de menor custo total envolvido nos processos produtivos, é fundamental que façamos uma reflexão sobre a correta seleção dos fornecedores no início do empreendimento – isso fará com que compremos no custo orçado; a necessidade de envolver o fornecedor selecionado na fase de estudo/concepção/orçamentação do projeto. Esse ponto será fundamental visando uma sintonia com os fornecedores para o contrato. Os profissionais envolvidos devem, ainda, realizar o acompanhamento adequado do cronograma do empreendimento e viabilizar o gerenciamento adequado das informações e da comunicação no projeto. Estes dois pontos são importantes, já que projetos complexos torna difícil a tarefa de controlar custos.
É muito importante, ainda, que a empresa responsável pelo empreendimento busque conhecer não só do processo do cliente, como também o seu negócio. Com base nesse conhecimento, a prestadora possui condições de visualizar pontos críticos no processo de produção e, assim, identificar possíveis melhorias, necessárias para um melhor gerenciamento de todo o projeto. Além disso, tal ação de entender os processos e problemas dos clientes passa a ser um diferencial para seleção dos parceiros e das tecnologias a serem implementadas.
Diante do exposto, avalio que a estratégia de um orçamento adequado tem impacto direto na produtividade e lucratividade da empresa, abrangendo uma série de características compartilhadas por projetos bem sucedidos, e destaco alguns pontos vitais ao sucesso da iniciativa. São eles:
• Estimativas confiáveis;
• Escopo realista;
• Alinhamento com os objetivos da organização;
• Metodologia formal de gerenciamento de projetos;
• Habilidade dos recursos humanos;
• Infraestrutura disponível.