Tenho uma forte ligação com o 7º Batalhão da PM em Bom Despacho. Meu avô era militar e morou bom tempo na Vila. Alguns tios também e amigos conviveram por ali por muitos anos.
A ligação com o Colégio Tiradentes foi inevitável. As aventuras sempre eram em torno dos policias que ali trabalharam e tentavam disciplinar a todos. O Teotônio, quando faltava algum professor, dava aula de sacristia; o Marquinhos (marido da Clarete) só de olhar para ele dava medo e nem precisava repreender alguma pisada de bola nossa; o Valtevir até tinha uma musiquinha.
As festas juninas promovidas pelo Colégio e que ocorriam no Batalhão sempre eram um bônus dos meses pesados de aulas. As barraquinhas continham nossos sonhos de consumo. A fogueira com as bandeirinhas marcou nossas lembranças. Quase sempre participávamos da quadrilha. Escolher o par era uma luta, afinal quem não queria a melhor companhia?
Na época do 7 de setembro a gente marchava após o Batalhão. A fanfarra do Tiradentes era uma competição certa e saudável com outra escola, o Miguel Gontijo. Recordo-me que na inauguração da Rodoviária, que o Célio Luquini construiu na cidade em 1988, estávamos todos ansiosos e orgulhos pelo evento.
Chegava o final de ano e a Polícia sempre fazia entrega de presentes para os filhos de militares. Caminhãozinho, quebra-cabeça, resta um e outros jogos eram a nossa grande esperança. Mas tinha o grand finale: o sorteio da bicicleta. Certa vez ganhamos uma Monark BMX, meu irmão ficou com ela de presente e acabou trocando por uma potrinha. Esta é outra história animada da adolescência.
Quando chegavam as férias de verão a gente se reunia na Praça de Esportes do Batalhão. O Morato é quem tomava conta de tudo ali. Era uma festa todo dia. Jogar bola na quadra, comprar salgadinhos e refrigerantes na venda do clube, nadar o dia todo até a palma da mão enrugar.
De todas as boas e ótimas lembranças que tenho, talvez a que mais me marcou foi a primeira vez que entrei no prédio do Batalhão e vi aquela imensa Bandeira Nacional no seu teto. O sentimento de patriotismo sempre aflorava.
O Batalhão faz parte da nossa cultura e da nossa história. Somos o que somos porque ali aprendemos o respeito e a disciplina necessários para os dias de hoje.