No Norte de Minas cidades estão perdendo suas nascentes de água. Em Montes Claros mais de 300 leitos de rios simplesmente secaram. Novo Cruzeiro, também na região, tem utilizado caminhões pipa para atender a população rural e urbana. Os reservatórios estão nos piores níveis e a maioria com 5% de suas capacidades.
Minas Gerais é o Estado que mais polui o Rio São Francisco. Para termos uma ideia, só a Bacia do Rio das Velhas, a segunda em volume, depois do Rio Paracatu, descarrega seus 321,9 metros cúbicos por segundo (m3/s) de água cheia de poluição por esgotos – constatada em 54,4% das amostras colhidas em seu percurso – e de mineração, detectada em 28% dos testes, sob a forma de altas cargas de arsênio, um semimetal tóxico que em concentrações elevadas pode provocar câncer de pele, pâncreas e pulmão, abalos ao sistema nervoso, malformação neurológica e abortos. São informações recentes do Comitê da Bacia Hidrográfica do manancial (CBHSF) e que foram reunidos pela consultoria Nemus para nortear o Plano de Recursos Hídricos de 2016 a 2025 da entidade.
Em Bom Despacho, a Prefeitura informou esta semana que irá investir R$620 mil para recuperar o Rio Capari, principal fonte de água potável para a cidade. O projeto é um dos nove aprovados para receber os recursos da ANA e Bom Despacho competiu com mais de 5 mil municípios para obtê-los. “A recuperação inclui ainda a proteção da população ribeirinha, a preservação do solo e de sua mata ciliar”, afirma a secretária de Planejamento Maria de Fátima Rodrigues. As informações são da Assessoria de Imprensa.
A situação tende a agravar. Os índices de chuva deste ano têm se apresentado piores que 2014. Além de não recuperar os níveis de água em rios e barragens, o déficit tem aumentado. A população precisa aumentar sua participação, não só economizar água, mas também cuidar das nascentes e reservas próximas.
Fonte: Jornal Estado de Minas; Prefeitura Municipal de Bom Despacho