* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Fevereiro/2017.

“na outra janela o sol sempre brilha

o risco é calculado: videoguerra, vídeoreinodoscéus

videoguerra, vídeoreinodoscéus

é preciso fé cega e pé atrás

olho vivo, faro fino e… tanto faz…

é preciso saber de tudo e não pensar em nada ”

Humberto Gessinger, “Realidade Virtual”, Engenheiros do Hawaii

 

Hollywood sempre nos presentou com filmes memoráveis que usam a realidade virtual nas suas tramas. Desde o Passageiro do Futuro dos anos 90, passando por Minority Report nos anos 2000, sempre nos surpreendemos com a criatividade das produções e ficamos curiosos para sabermos o que já está disponível e de fácil acesso.

Existem tecnologias que demoram chegar. Até pegar elas precisam sobreviver a testes de fogo, o principal deles é o preço. Um notebook bom custando algo em torno de R$1.300,00 era algo impensável anos atrás. Quase ninguém mais compra um PC de mesa. Em compensação outras tecnologias não caem na graça do povo. O celular modular ou os óculos do Google são bons exemplos.

Em se tratando da Realidade Virtual levou-se um bom tempo até compreendermos como usa-la. Em toda loja de eletrônicos acabamos encontrando aqueles óculos para VR (Virtual Reality). Filmes, jogos, e até mesmo ouvir músicas para relaxamento, uma série de aplicações são possíveis. Combinados com outros gadgets (acessórios tecnológicos) é possível se envolver numa luta de espadas ou mesmo explorar um local ou ambiente nunca antes visitado.

Caro para quem não usa

No caso da VR a imersão é quase completa. Sons, imagens e provocações como a função de vibrar do celular ajudam a “enganar” nossa mente e nos colocar a mercê de um universo a explorar. A criação de construções e equipamentos totalmente feitos e analisados em 3 dimensões, utilizando potentes softwares de computador, facilita o trabalho de arquitetos e decoradores de interiores que preparam um ambiente completo para se conhecer. Mesma coisa para o engenheiro de produção que pode simular toda uma linha fabril.

Esta simulação permite encontrar falhas, interferências, riscos a segurança das pessoas e uma série de itens que irão conferir ainda de modo virtual o que será fabricado ou construído. É bem mais barato corrigir neste ambiente do que quando já se encontrar feito e concretizado. Os modelos computacionais podem ser compartilhados e aproveitados em vários projetos, o que também barateia o custo da tecnologia.

Deixar de usar é perder a oportunidade de errar onde ainda é possível. Ou de outra forma, quando se deixa de usar tecnologias como a VR acaba passando uma oportunidade em brilhar os olhos do cliente. Imagina um visitante no stand da construtora com os óculos Rift e fazendo um tour pelo apartamento, avançando até a janela e dali tendo a percepção de uma linda vista. O trabalho do pessoal de vendas ficará bem mais efetivo.

Facilita compreensão do espaço

Existe ainda a Realidade Aumentada. Enquanto a VR faz com que o usuário mergulhe em um universo diferente daquele que ele está, na AR (Augmented Reality) é possível trazer elementos onde ele se encontra. Os jogos de celular que ligam a câmera e mostram alvos para serem capturados ou destruídos no meio da sua sala de estar, eles são bons exemplos da AR.

A AR pode facilitar a escolha de disposição de estações de trabalho, móveis, como a equipe irá trabalhar. Pode ainda facilitar o uso de manuais de equipamentos, encontrar soluções para mal funcionamento e manutenção de sistemas. Tudo isso ajuda a compreender o uso do espaço e como elementos irão se relacionar no dia-a-dia do empreendimento.

Pense o seguinte, é possível usar a realidade aumentada durante o trânsito ou enquanto caminha no meio da rua. Tanto que parte da proposta do Google Glass era exatamente permitir que a AR fosse algo acessível a qualquer momento. Está perdido? Basta um comando de voz para o mapa surgir bem diante dos seus olhos, mas sem tirar as coisas ao seu redor do seu campo de visão. É algo que vem para complementar nossos sentidos.

Aproxima usuário e solução

Por mais que se explique e mostre desenhos, mesmo 3D, a experiência da imersão seja por AR ou VR, é muito mais eficaz. Como os custos têm caído e a maioria das obras, projetos e fabricações têm modelos em 3 dimensões e fácil acesso, coloca todas essas possibilidades bem mais próxima da pequena e média empresa. Em termos práticos, tanto uma pequena construtora ou uma caldeiraria terão como apresentar seus projetos usando a Realidade Aumentada ou Virtual.

A solução poderá ser explorada pelo usuário final. O usuário poderá fazer suas considerações e ajudar a corrigir problemas futuros que venham a ocorrer. Mais uma vez, fica mais barato resolver ainda na fase de engenharia do que quando já se está fabricando ou construindo.

 

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