* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Abril/2017.
“ Agora o telefone é um acessório para o carro,
mas logo o carro vai ser um acessório para o telefone.”
– Marc Andressen, co-fundador da Andreessen-Horowitz e investidor em start-ups.
Carros elétricos ainda parecem bem longe da nossa realidade. Quando imaginamos os veículos que dirigem por si e tomam decisões no trânsito, aí sim dizemos que nem daqui a 20 anos. É bom começar a se acostumar e conhecer as tecnologias que estão embarcadas nos carros autônomos.
No dia-a-dia da maioria dos nossos carros já temos freios ABS, controle de estabilidade, controle de tração, que já automatizam processos específicos de um veículo, porém a decisão final de navegação ainda é do condutor humano. Os veículos autônomos, assim, tem como objetivo substituir o condutor humano por um sistema de controle computacional que integre os recursos tecnológicos do veículo.
Comprar um fica mais distante, o DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito – ainda não tem regras sobre o uso desses veículos e isso significa que mesmo que você tenha muito dinheiro para importar um, não poderá sair da sua pista particular de rodagem.
Redes Neurais
As decisões dos veículos autônomos começaram a utilizar RNA – rede neural artificial. A tomada de decisão e assim evitar acidentes precisa trabalhar numa velocidade de processamento bem maior dos atuais carros. Vai levar tempo para a evolução de um sistema confiável, mas será rápido e em menos tempo do que imaginamos. Talvez em 5 anos possamos ter os protótipos e em 10 anos estaremos andando em um carro desses.
A utilização ampla de inteligência artificial facilita a pesquisa pelo tema e o desenvolvimento de processadores mais compactos para processar bilhões de dados por segundo. Com tudo isso as condições de conexão em rede, seja Internet ou uma rede própria para veículos será fundamental, máquinas que aprendem vem aí.
Níveis de autonomia
Segundo a agência americana de trânsito, National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), existem seis níveis de condução autônoma. Nível 0 é o que você esperaria – assistência de motorista e zero do carro. O nível 1 indica um ou mais sistemas de assistência ao condutor, como o controle de estabilidade e / ou o controle de cruzeiro, mas os sistemas não estão ligados entre si.
O nível 2 é duas ou mais funções ligadas, como assistência de manutenção de pista e atenuação de colisão / freio trabalhando em conjunto, mas o motorista ainda deve estar alerta e pronto para capturar instantaneamente o controle do veículo. Nível 3 combina várias funções automatizadas e permite que o carro tome o controle principalmente por longos períodos de tempo. Este é o primeiro nível em que as transições do controle do carro para o controle humano podem ser mais relaxadas, levando até 10 segundos e permitindo que o motorista seja bastante inconsciente do processo de condução enquanto o carro está no controle.
Nível 4 de veículo é semelhante ao nível 3, mas o carro agora tem a capacidade de encontrar a sua própria maneira de ficar fora de perigo (ou seja, sair da estrada ou rota para encontrar um lugar seguro para parar), se o motorista não está respondendo. No nível 5, um veículo autônomo pode executar todas as funções de condução sem necessidade de entrada humana a qualquer momento. Isto significa que os carros do Nível 5 podem operar sem ninguém dentro.
Modelos atuais
As principais montadoras no mundo todo já têm projetos de carros autônomos. Quem está se despontando e provocando os demais é a Tesla. Fundada por Elon Musk, bilionário e aficionado por inovações, a empresa desenvolveu os principais sistemas em uso atualmente e já comercializa seus carros nos EUA.
Mercedes, BMW, Audi e Infinity não ficam para trás e já apresentam seus modelos. A tendência é também usar carros elétricos. Google e Apple preferiram entrar na corrida e tudo conspira para o desenvolvimento de soluções que compartilham informações na nuvem e assim aumentando a segurança na condução dos carros.
Motos e caminhões também poderão ser autônomos. Frotas terão vantagens e poderão operar em comboio. Além da segurança de cargas, o trânsito poderia fluir melhor, economizando combustível. No Brasil algumas universidades, como USP, já têm estudos adaptando os veículos atuais.