A Taça de Pitágoras e a Lição da Moderação
A história da humanidade está repleta de invenções engenhosas que nos ensinam princípios fundamentais. Um dos exemplos mais curiosos vem da Grécia Antiga, criado por Pitágoras de Samos, matemático e filósofo grego famoso pelo seu teorema geométrico.
Além de suas contribuições para a matemática, Pitágoras também estudou hidrodinâmica e criou um dispositivo pedagógico conhecido como Taça de Pitágoras. O objetivo? Ensinar seus discípulos sobre moderação e equilíbrio. A taça parece um copo comum, mas possui um sistema interno engenhoso. Quando o líquido é despejado dentro dela até um certo nível, ele permanece estável. No entanto, se ultrapassar esse limite, o mecanismo interno baseado no princípio do sifão e dos vasos comunicantes faz com que todo o conteúdo seja drenado para fora da taça, deixando-a completamente vazia.
Essa lição simples se aplica à vida, mas também ao gerenciamento de projetos, especialmente quando falamos em Fast Tracking.
O que é Fast Tracking e por que utilizá-lo?
Em projetos industriais e de infraestrutura, o cumprimento de prazos é essencial. Para otimizar o tempo de execução, utiliza-se a técnica chamada Fast Tracking, que consiste em sobrepor atividades que originalmente seriam sequenciais. O objetivo é acelerar a conclusão do projeto sem alterar seu escopo.
O PMBOK (Project Management Body of Knowledge) define o Fast Tracking como uma “técnica de compressão do cronograma que altera a lógica de rede para sobrepor fases que normalmente seriam executadas em sequência”. Exemplos clássicos incluem:
- Iniciar a execução da fundação de um edifício antes de concluir o projeto estrutural.
- Liberar a compra de equipamentos antes da finalização completa do detalhamento técnico.
- Executar simultaneamente a rede de água e esgoto em um loteamento para otimizar prazos.
Esse método é especialmente útil quando um projeto sofre atrasos ou precisa ser entregue rapidamente para atender a demandas estratégicas, como redução de custos financeiros com a antecipação do retorno do investimento.
Os riscos do excesso de Fast Tracking
Assim como na Taça de Pitágoras, onde ultrapassar o limite faz com que todo o líquido seja perdido, abusar do Fast Tracking pode gerar retrabalhos, custos extras e atrasos ainda maiores.
Os principais riscos incluem:
- Retrabalho e desperdício de recursos 🚧 – Se as informações não estiverem completas, é possível que atividades tenham que ser refeitas, gerando desperdício de material, tempo e dinheiro.
- Erros na execução ⚠️ – Quando atividades são realizadas sem um planejamento adequado, erros estruturais podem comprometer a qualidade e segurança do projeto.
- Impacto financeiro negativo 💰 – Acelerar algumas atividades pode elevar os custos com mão de obra, fornecedores e logística.
- Perda de qualidade 📉 – Reduzir prazos sem controle pode resultar em entregas com baixa qualidade, comprometendo o funcionamento e a durabilidade da infraestrutura.
Dessa forma, Fast Tracking deve ser utilizado com moderação e critério, para evitar que, no afã de acelerar a obra, todo o planejamento seja escoado pelo ralo.
Fast Tracking e a Taça de Pitágoras: uma analogia perfeita
A Taça de Pitágoras nos ensina que um equilíbrio precisa ser mantido. Se enchermos a taça de forma controlada, conseguimos aproveitar todo o seu conteúdo. Mas se exagerarmos, o sifão interno entra em ação e o líquido desaparece.
O mesmo acontece com o Fast Tracking em projetos. Se bem aplicado, pode ser um excelente recurso para manter o cronograma e gerar ganhos estratégicos. No entanto, se for usado sem planejamento, pode gerar um efeito desastroso, comprometendo todo o projeto.
Assim como Pitágoras ensinou sobre moderação, devemos aplicar o Fast Tracking de forma inteligente e calculada, sempre considerando seus riscos e impactos. Afinal, em projetos, o verdadeiro sucesso vem da combinação entre velocidade, segurança e qualidade!
Fontes:
- https://pmkb.com.br/fast-tracking-e-suas-aplicacoes-na-engenharia-de-planejamento/
- https://www.ufrgs.br/amlef/2019/09/01/copo-de-pitagoras/
- https://engenharia360.com/o-copo-de-pitagoras-na-engenharia-civil/