Semana passada vimos a tragédia ocorrida em São Paulo. Um prédio ocupado irregularmente se transformou em palco de destruição e mortes. O edifício era utilizado pela União e há vários anos se encontrava abandonado e invadido.
Meses atrás vimos granjas e grandes frigoríficos sendo devassados pelos agentes da Polícia Federal. A encrenca foi tão grande que até hoje temos dificuldades em vender frango para a Europa. O País viu o seu sistema de fiscalização em frangalhos.
Segurança das edificações e moradias é tão importante quanto a segurança alimentar da comunidade. Por mais regras e meios de inspecionar que existam, nada supera a participação popular fiscalizando e denunciando atos ilícitos.
SIM
Recentemente a Prefeitura de Bom Despacho apresentou aos empresários o SIM – Serviço de Inspeção Municipal. Em abril, foi realizada uma reunião com proprietários de açougues da cidade para divulgar o SIM. Na ocasião, servidores da Secretaria de Agricultura tiraram dúvidas e ouviram as reivindicações dos empresários. “Passamos muitas informações aos empresários e foi muito produtivo”, afirma Odilardo Júnior, servidor público. Além de carnes, o serviço de inspeção está de olho na qualidade dos ovos, leite, pescado, mel e derivados.
Para fiscalizar as obras e reformas existe a Inspetoria do CREA-MG em Bom Despacho. Funciona m20uito bem quando alguma denúncia é realizada. Obra com trabalhadores sem capacete, ou sem placa com o nome do engenheiro responsável, uso do espaço público para depósito de materiais, são alguns exemplos de denúncias que podem ser feitas.
Opiniões
A meu pedido, dois profissionais do setor em Bom Despacho – o arquiteto Bruno Mota e o engenheiro João Paulo – se manifestaram sobre o acontecido na capital paulista e que pode, também, ocorrer com edifícios em outros locais.
“Observando o estado físico do prédio que desabou em São Paulo, fica claro que o edifício preci-sava de revitalização, uma modernização construtiva-arquitetônica. Além disso poderia rever toda a parte da estrutura, fazendo um reforço estrutural, caso necessário. Costuma-se também fazer mo-dernização ou reformas nas redes de água e luz, evitando possível acidente como ocorreu em São Paulo” (João Paulo, engenheiro civil)
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“O que aconteceu no recente episódio do edifício no Largo do Payssandu, no centro de São Paulo pode acontecer em qualquer local, inclusive em Bom Despacho, para isso, é de extrema relevância que as construções respeitem algumas premissas básicas para sua segurança e manutenção.
Formalização– Opte por obras legais, planejadas por engenheiros ou arquitetos num projeto e executadas por profissionais habilitados. Para fazer modificações na estrutura do imóvel, como a remoção de uma parede, por exemplo, é imprescindível procurar um profissional para elaborar o projeto.
Vistoria– As edificações devem ser inspecionadas por profissionais especializados de cinco em cinco anos, na média. Recomenda-se que as fachadas sejam revisadas a cada três anos. As vistorias também devem observar instalações elétricas e de gás.
Infiltração– A longo prazo, infiltrações podem aumentam o risco de desabamento de uma edificação. A corrosão por conta do problema atinge tanto as estruturas de ferro das lajes, quanto a argamassa, comprometendo o imóvel.
Gás– Além da preocupação com as instalações internas de gás, deve-se ficar atento ao gás metano, liberado pela rede de esgoto, que pode causar explosões e envenenamentos.
Peso– Antes de construir, informe-se sobre o peso suportado pela estrutura base.
Instalações elétricas– Observe se todas as conexões elétricas estão em conformidade com as normas regulamentadoras e se há algum tipo de improviso pode acarretar um foco de incêndio” (Bruno Mota, arquiteto)