* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Fevereiro/2017.

“Um armazém fechado é agora um laboratório

de última geração onde novos trabalhadores

estão dominando a impressão em 3-D

que tem o potencial de revolucionar a maneira

como fazemos quase tudo” – Barack Obama, ex-presidente norte-americano.

 

A impressão 3D é tida como um dos grandes avanços da chama 4ª Revolução Industrial. Junto com a Inteligência artificial e o uso de drones, aquilo que parecia ficção científica está mais próximo do que imaginamos. Sua aplicação é tão fascinante que parece não ter limites. O médico pode elaborar uma nova ferramenta para ajudar nos seus exames, o design de produto pode testar sua ideia antes de produzir em escala industrial, o mecânico pode reconstruir uma peça a partir do seu modelo em 3 dimensões.

A facilidade do seu uso e o barateamento dos insumos e equipamentos para a fabricação de peças irão popularizar a aplicação em todos os tipos de negócios e indústrias. Tudo será facilitado por uma geração de fazedores e curiosos, que ao invés de gastarem seu tempo nos shoppings, irão construir seus próprios produtos e além disso, customiza-los.

Impressão 3D e o dia-a-dia

Desde o início dos anos de 1980 é que já existem grandes empresas nos Estados Unidos fabricando as impressoras e os seus insumos. A princípio os clientes eram indústrias e fábricas que queriam explorar ao máximo os conceitos de prototipagem. Final dos anos 90 e início dos anos 2000 a impressão 3D teve um grande salto, o equipamento se tornou praticamente um eletrodoméstico, sofreu o mesmo efeito dos computadores pessoais, conseguiu se popularizar.

A partir de 2010 o número crescente de venda de kits para impressoras 3D desafiou os brasileiros. A sua montagem não era difícil, mas realizar os ajustes do equipamento e acertar no uso do material de insumo, eram os grandes desafios. Rapidamente surgiram empresas para fabricar máquinas montadas e que puderam ser mais facilmente utilizadas principalmente por curiosos engenheiros.

As primeiras aplicações se limitavam a maquetes para a construção civil e peças para a indústria metalomecânica. Não demorou muito até que o pessoal de artesanato, joalheiros, dentistas, designs de produto, pudessem conhecer desta poderosa ferramenta e começaram a modelar suas ideias. Com o baixo custo do insumo (o material que produz as peças) foi possível explorar novas geometrias. Os softwares para modelar em 3D também se tornaram de fácil uso e explodiram sites com modelos prontos e que eram compartilhados para todo o mundo. Ainda mais, esses modelos poderiam ser alterados e adaptados.

Laboratórios se multiplicam

Recentemente o Grupo Anima de Educação inaugurou o AnimaLAB na sua unidade educacional no Estorial em Belo Horizonte. Além de soluções para mídia e comunicação, várias impressoras 3D compõem o laboratório. A função é trazer para alunos e professores o conhecimento necessário para o desenvolvimento de novas competências e aplicações.

Ainda na capital mineira tem o Fab Lab Newton. Trata-se de um laboratório de fabricação digital pertencente à rede mundial Fab Lab, criada pelo MIT com o objetivo de facilitar a prototipagem de ideias e visando a inovação e invenção. Lá os estudantes, educadores, empresas, profissionais, inventores, curiosos e especialistas podem adquirir conhecimento, trocar experiências e utilizar os equipamentos para tornar realidade seus projetos.

Somente quem tem a impressora 3D pode produzir suas peças? Não. Existem os chamados hubs de impressão, onde você contrata o serviço de algum profissional que tem o equipamento. É bem simples, você prepara o produto que deseja desenvolver e envia para que possa ser impresso em 3 dimensões. Tudo pela Internet, desde a negociação até o pagamento. Dias depois chega via Correios aquela sua peça idealizada para resolver algum problema na sua empresa ou simplesmente um sofisticado enfeite para sua casa.

O que podemos esperar

Uma prótese para alguém que perdeu um membro pode custar mais de R$100 mil reais. Com a impressão 3D é possível fazer download de vários tipos e tamanhos de próteses, buscar um parceiro para pagar a impressão e assim trazer conforto e novas oportunidades para o seu usuário.

Fazer a modelagem 3D de rostos ou de peças sacras, até mesmo um prédio inteiro (com uso do drone), tratar as informações e imprimir na escala que quiser. Não estamos falando de algo distante, já é tudo possível e cada vez mais as empresas farão uso de tudo isso para otimizar seus negócios, inovar e adentrar em novos mercados.

Colaboraram com este artigo: Print the Legend (vídeo de 2014 no Netflix) e Fab LAB Newton.

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