Mais do mesmo em 2014
Autores: Ederson Passos – economista professor do IETEC / Ítalo Coutinho – engenheiro professor do IETEC
Equipe econômica do Governo se esforçou para acelerar o crescimento e controlar a inflação em 2013, daí já se sabe o que esperar em 2014.
Quando vimos o crescimento na faixa de 2% em 2013, já imaginávamos que deve se repetir neste ano. Apesar do apelo pela campanha do otimismo, encabeçado pela realização da Copa do Mundo de 2014, obras de infraestrutura e eleições presidenciais, tudo leva a crer que o Brasil esgotou o modelo de crescimento focado em consumo. Aliás os manuais já ensinam isso há mais de 70 anos.
Sufocante é a média de crescimento em 2%, mas existem motivos razoáveis para isso: baixo nível de investimento em capital fixo, mão de obra (muito) desqualificada, conjuntura econômica internacional desfavorável, desequilíbrios setoriais marcantes, custo-país inviabilizador e uma condução econômica anacrônica, para não dizer amadora. Cadê o código da mineração?
Sabe-se que os investimentos em expansão de capacidade estão centralizados em recursos públicos, e o “gigante”, por pouco, não conseguiu atingir a meta de superávit primário em 2013. Como as agências de classificação de risco estão de olho na política fiscal, pode-se esperar parcimônia, ou seja, imagine o Governo atual receber nota de rebaixamento em pleno ano eleitoral; isso seria retrocesso.
A mão de obra neste país está muitíssimo despreparada e o esforço que empresas e o próprio governo faz é insuficiente; Não se formam médicos ou engenheiros em apenas um ano e considerando o nível baixo de qualificação, não formamos em dez. Sobre produtividade: um americano vale por 9 brasileiros!
Considerando o comércio exterior, os EUA começam a despertar da crise, razão pela qual os incentivos econômicos globais devem se retrair fazendo o custo do dinheiro (juros) se elevar nessas Economias. A conseqüência disso é a volatilidade cambial que começaremos a sentir já neste inicio de ano; E isso indica inflação em decorrência dos produtos importados.
Os desequilíbrios setoriais continuarão marcantes em 2014, visto que o setor industrial sofre um dos maiores sucateamentos da história recente da estabilização econômica. Dessa forma, mais uma vez, dependeremos do setor primário para nos garantirmos.
Sem falar do chamado custo Brasil, que é uma verdadeira chaga neste país. Temos a sensação de que nossos serviços estão entre os mais caros do mundo, os automóveis dentre os mais caros do mundo, telefone, internet, etc. A carga tributária nem de longe é o maior vilão, tendo em vista a baixa produtividade dos negócios, por burocracia, incompetência e, sobretudo pela falta de incentivos econômicos.
Em uma economia em que o empresário é visto como herege o que sobra é contradição. Onde já se viu crescer a taxa de pouco menos de 3%, com inflação de 6% ao ano e com taxa de desemprego de 5%. Como esses problemas não podem ser resolvidos no curtíssimo prazo de 12 meses podemos bater o martelo que em 2014 não ocorrerá milagres.
E como as empresas devem reagir ao cenário que se forma? Está dado o desafio para o 2014.
Painel
Atividades rotarianas: os 2 Clubs do Rotary de Bom Despacho, Casa da Amizade e o Rotaract voltaram às atividades nesta semana. O planejamento de 2014 está repleto de eventos como por exemplo a Ação Rotária. Força aos companheiros e que tenham muita disposição para os desafios!
Recursos para o município: o Prefeito Fernando e o Vereador Ricardo Alvarenga estiveram na última quinta em Belo Horizonte para negociarem verbas no valor total de R$3 milhões para melhorias na cidade. Em breve mais novidades aqui na coluna.
Nova diretoria na APAE: desde o dia 02 de janeiro iniciaram as atividades dos novos presidentes, vice e sua equipe. Votos de muito sucesso ao presidente Paulo Ferreira, seu vice Anderson Souza e aos demais diretores. Agradeço a Celeste pela dica da notinha!