* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Agosto/2017.

“Nosso legado e ideais, nosso código e padrões – as coisas que vivemos e ensinamos aos nossos filhos – são preservadas ou diminuídos pela livre troca de ideias e sentimentos.”

– Walt Disney, criador do Mickey e da Disney.

Quando os processos nas empresas e indústrias começam a ficar repetitivos, o primeiro passo para manter ou alcançar excelência em qualidade passa por estabelecer padronização. O fato de encontrar procedimentos que ensinam como determinado trabalho deve ser feito dentro da empresa estabelece padrão para controle. Com o controle é possível avaliar eficiência e outros índices, criando assim macro objetivos e objetivos de cada setor.

Empresa que não tem padrão nos seus processos se perde facilmente. Como faz o pagamento dos honorários dos sócios? Como se realizam compras do dia a dia? Respostas para essas perguntas precisam necessariamente serem as mesmas: olha o procedimento.

Aqueles que não conseguem normatizar processos terão problemas também com Gestão do Conhecimento. A empresa não aprende e assim não melhora suas atividades, gastando mais com desperdício e retrabalho. Fica muito mais caro pagar multas de atraso e desgastes com cliente do que investir em organizar a empresa sob mesmas regras.

Compliance

Essa conformidade tem a ver com a responsabilidade social de qualquer negócio. Abrimos e mantemos empresas para que as pessoas possam trabalhar em um ambiente onde o seu labor é valorizado. Isso está na Declaração dos Direitos Humanos da ONU, não é de agora essa preocupação.

Realizar tarefas respeitando políticas tem se tornado algo muito sério. Uma movimentação financeira pode não só quebrar uma empresa mas uma cidade inteira pode ir a falência. A responsabilidade dos seus dirigentes é compartilhada entre si, ações da Diretoria de Operações são verificadas e questionadas pela Diretoria de Recursos Humanos. Uma cadeia de normas e procedimentos a seguir devem reger boas práticas para a empresa, os empregados e a sociedade.

Para a Endeavor Brasil, em artigo publicado em seu website, traz o seguinte significado de Compliance: Comply, em inglês, significa “agir em sintonia com as regras”, o que já explica um pouquinho do termo. Compliance, em termos didáticos, significa estar absolutamente em linha com normas, controles internos e externos, além de todas as políticas e diretrizes estabelecidas para o seu negócio. É a atividade de assegurar que a empresa está cumprindo à risca todas as imposições dos órgãos de regulamentação, dentro de todos os padrões exigidos de seu segmento. E isso vale para as esferas trabalhista, fiscal, contábil, financeira, ambiental, jurídica, previdenciária, ética, etc.

Âmbito da Engenharia e Arquitetura

Você não pode iniciar uma reforma no seu prédio se não seguir uma norma específica para esse trabalho. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) traz uma série de requisitos para as mais diversas aplicações com o objetivo de garantir a segurança do empreendimento e também no seu uso.

Existem associações no mundo inteiro que produzem e disseminam normas e boas práticas, com a função de explicitar sempre a melhor técnica na execução dos projetos. Além de entidades reconhecidas como ISO (International Organization for Standardization), cada país tem suas próprias associações de  normas técnicas. Entidades de classe como por exemplo a AACE ou o IBAPE também produzem práticas recomendadas.

Profissionais e empresas que trabalham utilizando normas e padrões são melhor vistos pelo mercado. O respaldo técnico com a experiência torna-se importante para o bom andamento do empreendimento e redução de custos e acidentes.

Vale a pena ressaltar que normas, padrões, procedimentos, devem ser seguidos mas são dinâmicos. De tempos em tempos devem ser revistos e analisados se estão atendendo os anseios de usuários. O comitê que cria ou realiza essas mudanças deve ser formado por pessoas experientes e irrestrita idoneidade.