* Artigo Originalmente publicado no Jornal GAZETA, em Junho/2017.
“Uma Estratégia é algo como um produto inovador.É algo que você pode tocar; você pode motivar as pessoas.”
– Jack Welch, CEO da GE
Durante muito tempo se debateu a importância em deixarmos claros nos negócios qual o caminho a percorrer. As empresas fizeram tudo para chegar ao Eldorado. Esforços imensos foram feitos a custas de recursos que talvez nem tivessem. Algumas empresas sucumbiram, sumiram do mercado, foram compradas. “Se você não tem uma Estratégia é porque faz parte da Estratégia de alguém”. Frases assim deixavam empreendedores de cabelo em pé.
Visão e Missão eram tatuados nas mentes de diretores e empreendedores. Quem os criava não sabia o risco que poderia estar correndo. A estratégia estabelecida se tornou algoz de objetivos e metas não cumpridos. Reengenharia, demissões, troca de cadeiras, troca de mercados. Sistemas da Qualidade criaram departamentos que começaram a brigar entre si. A empresa deixou de ser colaborativa e passou a ser um campo de batalha e acusações.
Estratégia, Strategy, Stratégie, Estrategia – seja o idioma que for, é necessário compreender como estabelecer e como alcançá-la.
Discutir com a equipe
A transparência para o estabelecimento da Estratégia Empresarial precisa passar por um forte corpo diretivo composto pelos donos da empresa e representantes dos funcionários. Parece uma visão socialista, mas é uma questão de compartilhar os anseios e diminuir ansiedades. O empreendedor fica mais próximo da força de trabalho e o operário conhece os desafios da empresa.
Avaliar com todos onde a empresa quer chegar e como com os recursos atuais é possível chegar lá. Parece algo muito longe, mas encontra no diálogo e espírito colaborativo sua maior força de ação e reação. O que precisa ficar claro é que o espírito não é totalmente democrático, precisa ter pontos e contrapontos, mas sem perder o alinhamento entre mercado, empresa e estratégia.
Concorrência vira parceira
Quantos serviços e produtos poderiam ser compartilhados, diminuir custos e assim favorecer um setor especial de empresas? Certamente muito poderia se ganhar com a Economia de Escala. Os fornecedores daquele pool de empresas trabalhariam padronizados e alinhados com metas de produção específicas. O desperdício seria bem menor, horas de ociosidade de mão-de-obra quase não existiriam.
Os parceiros, antigos concorrentes, miram mercados iguais com estratégias diferentes. Assuntos de segurança do trabalho e produtividade poderiam ser compartilhados. Aprendizado com novas tecnologias e facilidades funcionariam bem em torno de uma aliança empresarial.
Nesta situação parte das estratégias são compartilhadas, em torno de um aprendizado comum. Empresas já fazem isso em alguns setores, chamam de benchmarking, ainda tem-se muito o que aprender e tirar proveito, e afastar qualquer receio ou preconceito.
Em defesa do negócio
Quando a estratégia é elaborada analisando o atual momento da empresa, tudo muda. É algo do tipo: o que temos para hoje? Se a vida toda fizemos apenas leite em pó, talvez chegou a hora de abrir as oportunidades e também produzir leite condensado, iogurte, etc. O maquinário e a força de trabalho, e aí estamos falando do capital intelectual, precisa ter uma flexibilização. Começou maior demanda para atender classes C e D, vamos adequar nossos serviços e produtos.
Assim a empresa segue outra ideia importante: sobrevive aquela empresa que melhor se adapta, aproveitando a ideia do Darwin. A evolução de negócios e da estratégia não é algo tão recente. Empresas que tempos atrás produziram armas, hoje produzem computadores. Aqueles que fabricavam computadores agora vivem serviços na nuvem (Internet). A estratégia acompanha a empresa.